sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo
Está em curso um golpe? Ou, mais precisamente, uma tentativa de golpe?
Sim.
A direita brasileira faz sempre isso. Ou tenta fazer.
Não se pode alegar surpresa. 1954 foi assim. 1964 foi assim.
É sempre assim.
Quando imagina que velhas mamatas e privilégios estão em risco, a direita brasileira – uma das mais predadoras do universo — parte para o golpe.
Isso, ao longo da história, se provou mais fácil do que o penoso caminho das urnas.
Mudam as circunstâncias. Em 1954, você tinha a voz de Carlos Lacerda, o Corvo, símbolo da imprensa reacionária nacional.
Você tinha também militares formados sob a égide da Guerra Fria, visceralmente conservadores – e loucos para sair das casernas.
Em 1964, você tinha, fora Lacerda e os militares, os Estados Unidos, ávidos por consolidar países como o Brasil como seu quintal.
Em 2015, não existe mais Lacerda, não existem mais militares depois do fracasso espetacular da ditadura, não existem mais tropas americanas dispostas a assegurar a vitória dos golpistas num eventual confronto no Brasil.
Mas existem duas coisas. Uma é velho hábito da direita de tirar da frente qualquer ameaça à sua abjeta hegemonia política e econômica.
E a outra são novas formas de fazer o que sempre gostaram de fazer. O nome da arma, agora, é impeachment.

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