Consequências da seca III – População rural do território do Sisal vive estado de calamidade. Está faltando comida até para humanos
A região mais afetada é a do Distrito de Salgadália onde se concentra a
maior produção de sisal e não está sendo comercializado por conta dos
motores parados

Milhares
de família de toda região precisam dessa planta (sisal) verde e
erguida, mas está encontrando podre e caída | Foto: Raimundo Mascarenhas
No território possui 58.238 agricultores familiares, tendo o sisal como geração de emprego e renda e se destaca com maior intensidade nos municípios de Conceição do Coité, Retirolândia, São Domingos, Valente, Santaluz, Araci, Barrocas e uma pequena parte de Queimadas e Quijingue. O cenário dos campos de sisal em todos os municípios é o mesmo da foto abaixo, ou seja, da Fazenda Bestinha, na região de Salgadália, maior distrito de Conceição do Coité.

O agricultor Pedro Simões Nascimento, 59 anos, conhecido por Pedro de Nazi, trabalha na labuta do sisal desde os 10 anos de idade e a proprietário de motor há 35 anos, historicamente desfibra naquela região e há 07 meses que parou em virtude das palhas mocharem e 08 pessoas que trabalhavam com ele estão desempregadas. “Estamos se virando como pode. Lá em casa é eu, minha velha e ainda crio cinco netos”, contou.
Esta realidade de Pedro de Nazi, do seu vizinho Hamilton Santos, que rodavam motor na região dos Claros e outros 150 donos de motores que rodavam na região de Salgadalia.

Açougueiro
acredita que com os motores de sisal parados, deixa de circular R$ 150
mil por semana em Salgadália, somente da mão do trabalhador, fora as
batedeiras | Foto: Raimundo Mascarenhas
A realidade da fome é tão grande na região de Salgadália que já existe uma campanha SOS de arrecadação de alimentos para distribuir nas comunidades e até cartazes fixaram nos postes de iluminação pública pedindo ajuda.
Ainda em Conceição do Coité, outra região produtora de sisal, Santa Rosa, Boa Vista, Nova América, Nova Palmares e Mateus, onde rodam mais de 50 motores, a situação não é diferente e todos estão parados, entre eles o de Crispim Brito, 59 anos, que parou há 08 meses.

Crispim está com o motor guardando sob uma lona, pois, acredita que em breve vai volta r a usar | Foto: Raimundo Mascarenhas
Agricultor mostra que sisal não é resistente a seca
O agricultor Luiz Brito, 70 anos, residente na Fazenda Mateus, em Conceição do Coité, que por muitos anos atuou no movimento sindical, falou ao CN que se comparar, a seca que vive a região, igual ou é maior a de 1993, quando o governo mandou “arroz com casca” para o povo e criou uma frente de trabalho, como forma de não deixar “morrer gente”. calilanoticias
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