PF pede adiamento do
interrogatório de Lula em ação sobre o triplex
Audiência está
marcada para 3 de maio, na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba.
A Polícia Federal (PF) pediu o adiamento do interrogatório
do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal que
envolve o triplex em Guarujá. A audiência está marcada para as 14h de 3 de
maio, na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba.
O pedido foi assinado pelo superintendente da PF no Paraná,
delegado Rosalvo Ferreira Franco. No documento, ele diz que precisa solicitar
"mais tempo para realizar as tratativas com os órgãos de segurança e de
inteligência para audiência que será realizada".
Agora, cabe ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos
processos da Operação Lava Jato na primeira instância, autorizar o adiamento.
Lula comentou a possível transferência de datas durante um
seminário do Partido dos Trabalhadores, realizado em Brasília nesta
segunda-feira. Ao sair da sala, foi questionado pela imprensa sobre o pedido da
Polícia Federal (PF) para que seja adiado o interrogatório dele na ação penal
sobre o tríplex em Guarujá. “Não é problema meu”, limitou-se a responder.
Durante o discurso, afirmou que não vai deixar de
comparecer, independente da data. "A hora que for marcado o meu
depoimento, eu estarei em Curitiba ou onde quer que seja. Dentre todos quem
deseja a verdade é o companheiro Lula. Eu tenho direito de falar, porque faz três
anos que eu estou ouvindo. Agora, parece que a grande prova contra mim é um
pedágio. Estou muito tranquilo, não estou preocupado com a data", disse.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, também se
manifestou sobre o pedido. "Estamos aguardando a decisão do juiz de
primeiro grau diante do pedido da PF. O ex-Presidente Lula está pronto para
prestar o seu depoimento no dia 3 de maio ou em qualquer outra data
marcada", disse em nota.
Tríplex
O processo em questão trata do suposto pagamento de propina por
parte da OAS ao ex-presidente Lula. Na ação penal, o Ministério Público Federal
(MPF) diz que a construtora entregou ao político um imóvel no Guarujá, litoral
paulista, em troca de supostos serviços prestados por ele para beneficiar a
empresa.
O imóvel, no entanto, não tem escritura em nome do
ex-presidente e, no papel, ainda pertence à OAS. Em depoimento, o ex-presidente
da empreiteira, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro,
disse que o triplex em Guarujá nunca foi colocado à venda pela OAS. "Eu
tinha uma orientação para não colocar à venda, que pertenceria à família do
ex-presidente".
Segundo ele, a orientação foi passada pelo ex-tesoureiro do
PT, João Vaccari Neto e pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. “A
orientação que foi me passada naquela época foi ‘toque o assunto do mesmo jeito
que você vinha conduzindo. O apartamento não pode ser comercializado, o
apartamento continua em nome da OAS, e, depois, a gente vai ver como fazer a
transferência ou o que for’”. De acordo com Pinheiro, assim foi feito.
A defesa do ex-presidente diz que o imóvel nunca foi
transferido para ele ou para alguém da família e nega qualquer irregularidade
junto à OAS.
Fonte: G1
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