Presidente da Amab considera declarações de Calmon "precipitadas"
Por Rafael Albuquerque
"A Lava Jato pegará o Poder Judiciário num segundo momento. O
Judiciário está sendo preservado, como estratégia para não enfraquecer a
investigação". Essa frase proferida pela ministra aposentada do
Superior Tribunal de Justiça e ex-corregedora nacional de Justiça Eliana
Calmon está causando polêmica nos meios jurídico e político.
Com posições contundentes, Calmon foi alvo de duras críticas ao
afirmar, em 2011, que havia bandidos escondidos atrás da toga. "Os
políticos corruptos nunca temeram a Justiça e o Ministério Público. O
que eles temem é a opinião pública e a mídia", afirma. A declaração
acerca do comprometimento do Judiciário na Operação Lava Jato também
causou desconforto na classe.
Diante das afirmações feitas pela ex-ministra em entrevista ao jornal
Folha de São Paulo e replicadas neste domingo (16) pelo Bocão News com o
título “A Lava Jato também pegará o Judiciário, dispara Eliana Calmon”,
o presidente da Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB), juiz Freddy
Pitta Lima, afirmou serem precipitadas tais declarações.
“Não sei de onde a Ministra Eliana Calmon tira esses dados. Contudo,
falar sem apontar ‘pessoas’ ou ‘fatos concretos’ chega a ser injusto com
todos os membros do Poder Judiciário”, declarou Pitta Lima.
O presidente da AMAB entende que, se ocorrerem casos de corrupção
envolvendo magistrados, estes devem ser devidamente apurados. “Acredito
que pode haver, mas, certamente, não chega nem perto do que hoje é
mostrado para toda a sociedade envolvendo membros do Executivo e
Legislativo”, citou. Procurado, o presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil - secção Bahia, Luiz Viana, preferiu não comentar.
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