terça-feira, 10 de janeiro de 2017

PCC se multiplica e cria filiais em RR; membros vão de 50 a 1.000 em 3 anos

O Ministério Público de Roraima, que desde 2013 investiga o PCC, confirmou o crescimento dos "batizados", especialmente a partir da infiltração e do controle da facção sobre a massa carcerária.
Para os promotores, o número "quadruplicou" desde 2014, de 96 para mais de 400. O promotor Marco Antonio Azeredo, do Gaeco, especializado em crime organizado, disse que outro motivo foi a demora do Estado em reconhecer o quadro. "O Estado sempre negava a existência das facções, o que veio a contribuir para a situação atual."
Em 2014, os promotores haviam denunciado 96 membros da organização, o que levou à transferência de 20 deles para presídios federais. Mas o próprio nascimento do grupo em RR, segundo o promotor, veio de telefonemas dados por um presidiário de dentro de uma unidade federal em outro Estado, segundo ligações interceptadas por ordem judicial em 2014.
Por isso, Azeredo considerou "vergonhoso" o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, dizer que pretendia "colaborar" com o Estado para solucionar a crise.
"Se ele quisesse ajudar, tinha que evitar que membros em presídios federais tivessem contato com presos. O crime é nacional, não estadual. Quem estruturou todo o sistema [do PCC] em Roraima foi um detento do Paraná. Todos os dias ele entrava em contato, dava os 'salves' e as mortes dentro do sistema prisional de Roraima", disse o promotor. Esse presidiário, segundo Azeredo, nunca colocou os pés no Estado de Roraima.

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