Brasil é o pior país para meninas na América do Sul, mostra estudo
por Sarah Teófilo, especial para o Estado | Estadão Conteúdo
O Brasil é o pior país da América do Sul para meninas quando se fala
em nível de oportunidades, conforme mostrou o segundo relatório da
série "Every Last Girl", da ONG Save the Children, divulgado nesta
terça-feira (11). No ranking de 144 países, o Brasil ocupa a 102ª
posição, sendo o último sul-americano. Em primeiro lugar está a Suécia. A
lista observa dados de casamento infantil, gravidez na adolescência,
mortalidade materna, conclusão da escola secundária e representação das
mulheres no Parlamento. Ao falar do Brasil, que recebe destaque no
documento, o relatório aponta para o fato de o País ser ter renda média
superior e mesmo assim estar só um pouco acima do Haiti, o qual o
documento chama de "frágil e com baixa renda", que ocupa a 105ª posição.
No Brasil e em diversos outros países - em especial os que estão no
topo do ranking - o maior problema é representação parlamentar das
mulheres. O Brasil é citado em outro momento no relatório, ao falar que o
país e a República Dominicana tem alto índice de gravidez na
adolescência e casamento infantil. Este último é um dos três pontos
principais que a ONG aborda no relatório, juntamente com pouco acesso a
serviços de boa qualidade, incluindo educação e saúde, e a falta de voz
das meninas nas esferas públicas e privadas. O documento mostra ainda
alguns dados alarmantes, como o fato de que 700 milhões de mulheres ao
redor do mundo se casam antes dos 18 anos, sendo que uma em cada três se
casa antes dos 15. Além disso, 2,6 bilhões de meninas vivem em países
onde o estupro cometido por maridos não é explicitamente criminalizado.
Sobre mortalidade materna, é a segunda maior causa de morte de
adolescentes de idade entre 15 e 19, atrás apenas do suicídio.
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